Texto: Romanos 5:1-5
SÉRIE ROMANOS - PARTE VI
INTRODUÇÃO
Deus é santo, o homem é pecador, sozinho nenhum homem pode ser justo aos olhos de Deus, não por seus méritos.
A base da justificação é a obra de Cristo na cruz em nosso favor. Ele morreu a nossa morte. Ele pagou a nossa dívida. Ele rasgou o escrito de dívida que era contra nós. Ele levou sobre si os nossos pecados. Foi traspassado e moído pelas nossas iniquidades. O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele.
Justificação é mais do que perdão (II Coríntios 5:21).
Justificação: é reconhecer a inocência. No Grego: tornar alguém reto, como no seu estado original.
Justificação, não é somente perdoar o acusado para lhe dar uma segunda chance. Justificação é Deus nos perdoando e nos tratando como se nunca tivéssemos pecado.
Não há graus na justificação. O homem é justificado por completo ou não é justificado em absoluto.
Pela justificação somos remidos, somos perdoados da pena do pecado e recebemos o favor de Deus.
No texto, percebemos alguns Frutos da Justificação, vejamos:
1 - Em Relação ao Passado, Temos Paz com Deus (vs. 1) .
Paz com Deus é diferente de Paz de Deus.
A Paz de Deus que encontramos em Filipenses 4:7 é um sentimento, que pode estar com o tanque cheio hoje e vazio amanhã. Paz de Deus pode estar em júbilo hoje e angústia amanhã, necessitando de paz de Deus.
Paz com Deus não sofre variação, porque não é um sentimento, é um “status”, um estado.
Paz com Deus quer dizer que antes de você crer você era réu diante de um Juiz, agora você passa a ser filho diante de um pai.
Nós que outrora éramos réu, agora somos filhos, nós que éramos estranhos, agora fazemos parte da família de Deus.
O muro que fazia separação acabou, fomos reconciliados com Deus.
Em relação ao passado, nossa situação está resolvida, fomos reconciliados com Deus.
2 - Em Relação ao Presente, Temos “Acesso” à Graça (vs. 2a).
“Por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta Graça”
A palavra (grega) para “acesso” é PROSAGOGE: Refere-se à entrada na sala Real, ao livre acesso à sala do trono.
Você pode ser feio ou pode ser bonito, pode ser jovem ou pode ser velho, pode ser rico ou pode ser pobre, pode ser doutor ou pode ser analfabeto e ainda assim você pode entrar na presença do Rei. Isso se dá, porque não se entra na sala do Rei por causa dos atributos secundários, Você entra por que você é filho do Rei, tem livre acesso.
Não precisa mais de um representante para te introduzir na sala de Deus, para te colocar na presença de Deus.
Você foi feito filho, sacerdote real, você pode entrar na sala do Trono e falar com Deus, em qualquer dia, em qualquer hora e em qualquer lugar que você esteja. Você tem livre acesso!
Jesus nos abre a porta à presença do Rei dos reis e quando esta porta se abre, o que encontramos é graça, não condenação, nem juízo, nem vingança, mas pura misericórdia, o glorioso favor de Deus.
“no qual agora estamos firmes”... Na vida temos muitas tempestades, mas temos uma âncora cravada na sala do trono.
‘Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para sempre” (Hebreus 6:19,20)
3 - Em Relação ao Futuro, Temos a Esperança da Glória (vs. 2b).
“nos gloriamos na esperança da glória”
Quem foi justificado não tem mais medo do amanhã, não tem mais medo sobre o futuro, não teme a morte, não teme a eternidade, ele tem garantia do céu.
Em outras palavras, quando olhamos para frente, não temos dúvidas, não temos medo nem pavor, temos segurança absoluta de que nossas vidas estão nas mãos de Deus.
Nós caminhamos para a Glória de Deus.
O filho de Deus pode dizer que morrer é lucro. Que preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos. Morrer é partir para estar com o Senhor.
Paulo nos portais da morte disse: “Eu sei em quem eu tenho crido”
Na biografia de Miguel Torres vemos um trecho em que narra-se que, em seu leito de morte, ele chamou a esposa e disse: “Querida eu pensei que quando eu morresse eu iria para o céu, mas na verdade é o céu que veio me buscar.”
Quando o Evangelista Moody (Dwight Lyman Moody) estava se despedindo disse: “Afasta-se a terra e aproxima-se o céu, eu estou entrando na glória”.
O Pastor Martyn Lloyd Jones chamou a família e disse: “Meus queridos, não orem mais pela minha cura, não me detenham da glória”.
Há uma pergunta recorrente: “Nós cristãos, ainda passaremos pelo juízo final descrito em Apocalipse 20:11-15?" Não, filhos de Deus não passarão pelo juízo final, pois já foram reconciliados com Deus pelo sangue do Cordeiro. Na verdade, já reconhecemos e confessamos que somos pecadores e não temos a glória e a justiça que deveríamos ter diante de Deus e por isso aceitamos a obra de Salvação em Jesus Cristo.
Por isso nos apropriamos do que Jesus disse em João 5:24: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.”
A partir do verso três, o Apóstolo Paulo nos afirma que a justificação não apenas nos prepara para o céu, mas também nos prepara para vivermos vitoriosos aqui na terra.
Agora ele passa a mostrar como a justificação pela fé nos capacita a viver vitoriosamente no meio das tensões da vida.
4 - Nos Gloriamos nas Próprias Tribulações.
Quem fizer essa leitura sem as lentes da fé cristã vai achar que somos masoquistas, que gostamos de sofrer.
Parece que o que Paulo escreve não faz sentido, como alguém pode se gloriar nas próprias tribulações?
Quem fica feliz ou tem prazer em sofrer?
Quem salta de alegria pelo fato de estar sendo atribulado?
A palavra TRIBULAÇÃO na língua grega, tem a ideia de “Pressão”. É como ser esmagado embaixo de um rolo compressor.
É a ideia de que as circunstancias são tão adversas a você que você é esmagado, é triturado.
Situações maiores do que suas forças, problemas que não temos condições de resolver, coisas que fogem ao nosso controle.
Situação que vem com fúria contra nós e nos esmaga.
Como é que você pode ter alegria nisso?
Como é que podemos exultar com uma situação assim?
Temos que entender o que Paulo está dizendo...
Paulo não está dizendo que nos gloriamos no sofrimento pelo sofrimento.
Cristianismo não é Estoicismo, não é masoquismo.
Cristianismo não celebra a dor pela dor, não aplaudimos o sofrimento pelo sofrimento.
O que Paulo esta ensinando é que nos gloriamos nas tribulações
não por elas em si, mas por aquilo que elas produzem, pelos
seus frutos, pelo seu elemento pedagógico, pela sua instrução,
pela sua capacidade de nos ensinar.
É por isso que a bíblia diz que aprendemos mais em uma casa de luto do que em uma casa de festa.
As maiores lições da vida, não aprendemos nos dias de folga, nos dias de festa, nos dias de celebração.
As mais profundas lições da vida nós as aprendemos no vale da dor.
Como podemos nos Gloriar na dor?
Reconhecendo seus frutos:
Sabendo que a tribulação produz Perseverança (vs. 3)
A Perseverança produz Experiência (vs. 4)
A Experiência produz Esperança (vs. 5)
Se nada sobrar, se tudo se perder. Ainda temos Deus. Gloriamo-nos n’Ele.
Habacuque 3:17-18 — Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.
O palácio em que somos admitidos é o céu. O portão de entrada é Cristo. O único passaporte é a fé.
Pr. Altair M. Nunes Júnior
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