Texto: Romanos 5:3-5
SÉRIE ROMANOS - PARTE VII
OS FRUTOS DA JUSTIFICAÇÃO
“Nos gloriamos nas próprias tribulações (v.3)”
Quem fizer essa leitura sem as lentes da fé cristã vai achar que somos masoquistas, que gostamos de sofrer.
Parece que o que Paulo escreve não faz sentido, como alguém pode se gloriar nas próprias tribulações?
Quem fica feliz em sofrer, quem tem prazer em sofrer?
Quem salta de alegria pelo fato de estar sendo atribulado?
A palavra TRIBULAÇÃO na língua grega, tem a ideia de “Pressão”. É como ser esmagado embaixo de um rolo compressor.
É a ideia de que as circunstancias são tão adversas a você que você é esmagado, é triturado.
É enfrentar situações maiores do que suas forças, problemas que não temos condições de resolver, coisas que fogem ao nosso controle.
Situação que vem com fúria contra nós e nos esmaga
Como é que você pode ter alegria nisso?
Como é que podemos exultar com uma situação assim?
Temos que entender o que Paulo está dizendo.
1 - Paulo não está dizendo que nos gloriamos no sofrimento pelo sofrimento .
Cristianismo não é masoquismo.
Cristianismo não celebra a dor pela dor, não aplaudimos o sofrimento pelo sofrimento.
O que Paulo está ensinando é que nos gloriamos nas tribulações não por elas em si, mas por aquilo que elas produzem, pelos seus frutos, pelo seu elemento pedagógico, pela sua instrução, pela sua capacidade de nos ensinar.
Como podemos nos gloriar na dor?
Reconhecendo seus frutos:
2 - Sabendo que a tribulação produz Perseverança (Paciência)(v. 3) .
Como fomos forjados com isso nesses dias de eleição!!!
A Justificação em Cristo gera em nós: Paz com Deus, “Acesso” a Graça, Esperança da Glória, Perseverança.
Perseverança significa ter força e paciência para não desistir.
A pessoa que persevera enfrenta dificuldades, desafios e tempos de espera sem desanimar, para alcançar seu objetivo.
Aprendemos a esperar.
E quem persevera, não se desespera, porque espera.
A fé e a perseverança andam de mãos dadas
Precisamos compreender que Perseverança é um fruto da Justificação, que é aperfeiçoado na tribulação.
A perseverança cresce à medida que enfrentamos dificuldades.
É por isso que a bíblia afirma que, aprendemos mais em uma casa de luto do que em uma casa de festa.
As maiores lições da vida, não aprendemos nos dias de festa, nos dias de celebração.
As mais profundas lições da vida nós as aprendemos no vale da dor.
O caráter de Cristo é forjado em nós por intermédio da dor.
O sofrimento é a Escola Superior do Espírito Santo onde Deus vai ministrar as coisas mais profundas na sua alma.
Quando você pede para o Senhor te dar mais perseverança o que você acha que Ele faz?
Te concede tribulação, exercita seu músculo.
Ao longo da vida, enfrentamos várias provações e, à medida que as superamos, nossa fé e perseverança ficamos mais fortes.
Se até o filho primogênito de Deus, Jesus, foi aperfeiçoado na tribulação, onde você espera ser aperfeiçoado?
Hebreus 5:8 “Embora sendo filho, aprendeu a obedecer pelas coisas que sofreu”. Hebreus 2:10 diz que Jesus foi aperfeiçoado por aquilo que sofreu.
3 - A Perseverança produz Experiência (v. 4) .
A palavra Experiência do Grego é muito bonita. Ela é a mesma palavra utilizada para quando o ourives jogava o metal no fogo.
E o fogo tem 2 finalidades, derreter a escória e purificar o metal.
É isso que Deus faz conosco.
Deus não quer que você tenha uma experiência de segunda mão, Deus deseja que você tenha experiência direta com ele.
Se lembra de quando Jacó fugia da casa de seus pais para não ser morto por seu irmão Esaú? (Gn 28:10).
Ele chega em Betel e Deus se revela a ele dizendo que era o Deus de Abraão, o Deus de Isaque seu Pai, e da uma impressão de que dirá: “e sou teu Deus”, mas Ele não fala isso.
Ele ainda era apenas o Deus de seu avô, o Deus de seu pai, mas ainda não era o Deus da sua vida. Jacó tinha 73 anos, foram necessários mais 20 anos, ele vai para Padã-Arã, é moído lá, volta e quando está passando pelo vale de Jaboque, ele diz: “Eu vi a Deus face a face e minha alma foi salva”, seu nome é mudado e a partir de agora será dito: o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó.
Deus quer que você tenha sua própria experiência com ele.
4 - A Experiência produz Esperança (v. 5) .
E não é uma esperança falsa. Será que vai vencer o melhor governador em São Paulo? Será que teremos segurança pública?
Essa esperança que está escrita aqui em Romanos, é uma esperança bem maior, é uma esperança que não tem dúvida, é uma esperança que não se confundi.
Não é uma coisa vaga, possível, hipotética. É uma garantia absoluta.
Não é uma crendice, é uma certeza inabalável.
5 - Fruto da Justificação: Derramamento do Amor (v. 5-8) .
Paulo diz que o amor de Deus por nós não é um gotejar, não é pingar, não é a conta gotas. É um derramamento, é um jorrar, é um transbordar.
Ele é também um amor imerecido.
Paulo passa a descrever o ser humano. Versículo 6, somos fracos, ímpios, pecadores (v.8), Inimigos (v. 10).
O amor de Deus por nós não é por quem nós somos, é apesar de quem somos.
Ele nós amou quando éramos fracos, pecadores, ímpios e inimigos, amor imerecido.
Versículo oito Paulo faz uma afirmação maravilhosa como prova desse amor.
Então o apostolo Paulo afirma que quem já desfruta desse amor se gloria em Deus. Deus é o ponto máximo da nossa alegria.
Na linguagem de Habacuque, ainda que chegue a catástrofe, ainda que uma tragédia desabe, ainda que o campo não produza nada, ainda que tudo se perca, ainda que falte oliveira na vida e gado no curral, ainda assim eu me alegrarei no Deus da minha salvação.
Pr. Altair M. Nunes Júnior
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